Chega o momento no qual tudo sucumbe. Uma a uma as rachaduras cedem na parede, abrindo espaço para a água entrar. Logo o pequeno quarto de paredes brancas e chão de terra pisada transborda. A terra torna-se lama, viscosa e grudenta, a tinta branca nova descasca revelando cores passadas. Centímetro por centímetro a água invade o quarto, possuindo-o, tirando o ar até sufocá-lo. Não há nada a se fazer, chorar só o preencheria mais. Do quarto vazio, nada fica no lugar, tudo torna-se lama ou água, diferente mas sempre igual.
3 comentários:
Me recordo deste, ou ao menos é uma versão levemente alterada de algum texto seu que já li.
Essas delineações descritivas de quartos remetem um pouco à claustrofobia de A Metamorfose.
Bom idem, preocupante igual.
lembra um texto meu.
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