E eu que sempre me achei pequena demais para caber nesse amor nosso, por fim me perdi em sua infinitude. Não sei mais seu limite, se é que existe, então vago. Desarrumada, nua, descabelada, cansada, descalça, perdida. Eu vago, deslumbrada. Incrédula das cores e sons criados, atônita. Seria possível não ter notado antes? Não perceber seu tamanho e beleza? Será possível não verem os outros? Pergunto sem resposta, em silêncio ou gritado, não há respostas. Há eu e há você. Sim, nós. Nunca criamos nada, mas fizemos tudo. Tiramos o riso de cada lágrima compartilhada e da dor separada se fez o mel, com o qual adocicamos os momentos azedos. Desajustados, sempre, cantarolamos músicas desconhecidas até sabê-las de cor. Porque assim memorizamos um ao outro, pela repetição e curiosidade, e agora não nos resta um pedaço sequer. Meu? Teu? Nosso. É apenas uma pessoalidade perdida, vagando em direção oposta a minha, a se emaranhar cada vez mais. E eventualmente sumir.
Um comentário:
que texto bonito
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