Você foi o meu maior e, talvez, único amor. E foi exatamente assim que eu te amei: como algo insubstituível. Como um pedaço meu que se perdido, jamais seria encontrado de novo.
Passei meus dias a zelar por isso; a cuidar de lembrar exatamente onde o havia deixado para que ainda estivesse la quando voltasse cansada e querendo a sua voz, o seu abraço, ou apenas um beijo na madrugada. E foi assim que me perdi.
Perdi-me de saber onde estava ou o que queria, de onde vim e para onde vou. Cuidar desse amor, coloca-lo sempre tão aparente, tornou-me apenas uma sombra dele e, talvez, tua. Pois não havia segundo do meu dia não inundado pela sua presença, pela necessidade da manutenção, e eu cada vez mais encharcada. Até que, em uma seca qualquer, você não estava mais la.
Passei dias, meses, a procurar. Desesperada, seca, torta eu te busquei. Gritei seu nome, chorei migalhas do passado e, finalmente, enlouqueci. Enlouqueci e inundei-me inteira, para morrer afogada em meio a tanto e tão pouco.
Mas assim aprendi a nadar.
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