E então você colocou a mão na minha. Calmo, doce, atento. E eu sempre distraída. Demorei a perceber, observava as borboletas pela janela; você me olhando esperando uma reação. E então vi. Eu, você, nós. Tudo nascia, era novo, fresco, mas com cheiro de velho. Não com cheiro de mofo ou ransoso, era um cheiro gostoso. Daqueles que lembram a infância, ou algo sempre conhecido. E você ainda me olhando.
Sorri. Não havia mais o que fazer, ou eu pelo menos não sabia outra reação. Ri por dentro, rí toda. Floresci como margarida na primavera, derreti. A borboleta la de fora entrou, e eu por um segundo não me distrai. Não com ela. Me distrai em você, em contar e decorar as marcas dos seus olhos, as curvas do seu rosto, em te aprender. Desviei o olhar rapido, sempre tive mania de encarar as pessoas e não é educado, desculpe. Segurou meu rosto com sua mão, como quem faz carinho e puxa pra perto. Quis chorar, não sei porque, mas quis. Quis tanto. No lugar, sorri. Sorri até cair na gargalhada, e ainda me olhava.
Permiti-me te abraçar, em um momento de fraqueza. Me agarrei como se o fizesse a minha própria vida (seria?), e ali fiquei. Enterrei o rosto no seu corpo, ainda querendo chorar, e senti seus braços me envolvendo. Te apertei mais, talvez até machucar, como quem pede por favor não me tira daqui.
E até hoje não o fez.
Um comentário:
Menina, seu canto aqui é um encanto mesmo!
Suas palavras são tão vicerais que sufocam, matam!!
Me encantei e me derramo aqui hoje e sempre.!
Um carinho meu,
Mell
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