E o meu coração,
cansado e ferido, descansa. Respira calmo, sem pressa de existir ou ser,
cansou-se de sentir. Coleta seus pedaços espalhados aos poucos, dia após dia,
pois estas coisas não se consertam rápido. Às vezes pára, senta e observa, fica
horas e horas a contemplar a sua bagunça, todos aqueles pequenos pedaços
espalhados pelo chão a tintilhar. É verdade, ao dia com sol brilham bastante,
chegam a ofuscar a vista, e ele já quase sem luz.
Pensa já estar
cansado, talvez usado por demais, quem sabe deveria desistir. Mudar, procurar
outros rumos, tomar novas formas. Afinal, já cumprira seu cargo, sempre valente
e destemido, deveria de ser direito poder parar depois de tanto. Porém, então,
o que resta? As cicatrizes com o tempo talvez até desapareçam, pois tudo se
reconstrói e muda, e a dor... essa ou acostuma-se ou some, junto a falta e a
saudade, mas no final possui o mesmo destino: deixa de ter importância até não
mais se sentir nada.
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