segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Julie Doiron - Sweeter

Tanto tempo se passou, e eu ainda estou aqui. Tempo na verdade é algo extremamente relativo, já vivi duas semanas que me foram eternas como três meses que mais me parecem um século, mas isso não vem ao caso.
A verdade é que não teve um dia nesses três meses que eu não sentisse uma parte de mim faltando, que eu não me transportasse para muito longe em pensamento, para perto de você. Obviamente a freqüência e a intensidade disso diminuíram, como havia de ser, mas seria uma enorme mentira falar que isso desapareceu.
É tão difícil e tão fácil te falar isso que eu acabo não dizendo nada. Vou encher linhas e mais linhas aqui de nada, até conseguir achar as palavras exatas. “Te amo, estou com saudades” resume muito bem, mas não é suficiente. Me revolta a banalidade e a facilidade dessa frase, torna tudo muito mais indiferente do que realmente é.
Não sei o que você está pensando agora, o que está vestindo, sentindo, já esqueci seu cheiro. Gosto de lembrar de você sorrindo, com o cabelo preso, que nem naquela foto do seu álbum, exatamente daquela forma. Amo lembrar do carinho no seu olhar, de como aquilo me fazia bem, me fazia eu. Provavelmente seja isso o que eu sempre mais amei sobre você, a forma que era fácil ser eu mesma. Como tudo o que eu falava que na minha cabeça deveria te causar repulsa, na verdade só o tornava mais interessado em mim. Era completamente incompreensível, ainda é, mas reclamar equivaleria a um suicídio.
Contar dias incertos já se tornou minha rotina, com números cada vez menores, assim como o coração. É verdade que tudo pode ter mudado, não me importa, só quero te ver sorrir. Nunca fui de pedir muito, ou qualquer coisa, mas preciso muito ver você sorrir de novo.
Por favor, não pense que tudo o que fiz foi sofrer aqui no Rio, claro que não. Ambos prometemos uma coisa e eu como a boa menina que sou cumpri isso, por mais desnecessário e incomodo que me fosse ao inicio. A vida não parou, houve amizades, pessoas, experiências, “amores” novos. Mas sempre houve você, lá dentro, guardado, voltando quando tudo parava, quando o mundo não girava tanto.
Ai eu volto lá para o inicio, não teve um dia que eu não quisesse você. Acima de qualquer pessoa, eu queria e ainda quero você. Devo sentir muito mais a sua falta que você imaginava, ou talvez que você considere “saudável”, mas é a verdade, desculpa, eu sou assim.
Acho que já cansei de não falar nada, mesmo tendo dito tanta coisa. Eu amo você, não tem jeito, foi inevitável, involuntário. É um amor tão grande que eu tenho medo de medir, só resumo em “grande”. Não direi eterno, infinito ou qualquer outra hipérbole exagerada, não vou mentir. Mas ele existe, se existe, mais sólido que eu imaginei de inicio, e é seu.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tenho que te mostrar um texto que fiz ontem, e como ele se assemelha ao seu, e aos nossos sentimentos. Não conheço você, mas é mais que óbvio que estejamos no mesmo barco. Sou eu escrvendo o que acabei de ler, eu sentindo, eu me vendo. Essa sensação de não estar sozinha no mesmo buraco, por mais que a saudade seja algo destruidor, é confortante. Quero te mandar meu texto, que não teve a menor intenção de ser literário ou não-literário, são palavras cuspidas que mandei por email, ontem.

Lembro de você sim, estava aqui em casa de cabelos ruivos, agora sei. E imagino de quem esteja falando, embora não tenha certeza...