quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

no pressure over cappuccino

Passaram as estações, mudaram as folhagens, caíram as mascaras. Dedilhou-se cada sensação, deixou-se vibrar até terminar o som. Abriram-se os olhos para fechar, bateu-se cada porta até restarem quatro paredes. Fugiu do inicio para o inicio.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

I terribly miss you (more than you'll ever know)

Maybe this decision was a mistake, you probably don't care what I have to say, but it's been heavy on my mind for months now. Guess I'm trying to clear some mental space. I would love to talk to you in person, but I understand why that can't be. I'll leave you alone for good I promise, if you answer this one question for me. I just wonder; do you ever think of me anymore? Do you?

(cansei de tentar usar minhas palavras.)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

(?)

Com quantas palavras se faz um verso, uma poesia, uma prosa? De quantos fonemas sentimentos são feitos ou descritos? Quanto tempo se leva para viver?
O que é a vida exatamente? De quanto ar e água ela é feita? Quantos risos e choros, quantas paixões? É possível pega-la, tateá-la, senti-la, fazer amor com ela? Quanto ela custa?
O que te leva à ser alguém? Dinheiro? Casa? Beleza? O que é exatamente “ser alguém”? É lembrarem de te ligar no seu aniversario ou para checar se está vivo em um curto período de tempo? É saberem do seu passado, do seu presente e imaginarem o seu futuro ou é simplesmente saberem que você existe sem mais razões ou explicações? A que isso te leva?
O que significam as palavras “eu te amo”? Já li que se os índios inventaram dez palavras para simplesmente falar “canoa” como se é possível resumir amor a uma só palavra!? Existem no mínimo dez tipos de canoas conhecidas por eles e só um tipo de amor conhecido pelo mundo? O amor que sinto pelo meu cachorro é o mesmo que sinto pela pessoa com quem me disponho a passar o resto da minha vida sem ter obrigação? O mesmo amor que você sente é o que eu sinto?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

para que amendoeiras pelas ruas?

Observava as coisas que giravam a sua volta, vozes e barulhos de copos misturavam-se enquanto pegava mais um cigarro. As pontas dormentes dos dedos falhavam procurando o isqueiro, tinha certeza de tê-lo deixado em cima da mesa. Olhou para os lados, confusa, brincar com o cigarro apagado na boca começara a perder a graça. Escutou uma pequena risada, reconheceu o timbre da voz no fundo, conseguia vê-lo brincar com o pequeno objeto azul com o canto dos olhos enquanto ainda remexia a bolsa.
“Você realmente deveria parar de pegar meus cigarros.”
“E você deveria parar de pegar meu isqueiro.”
“Não gosto do gosto de cigarro em você.”
“Ninguém vai te obrigar a me beijar depois.”
Fez uma pequena careta enquanto pegou um cigarro do maço e acendeu antes de devolver o isqueiro, gostava quando encostava nas pontas dos dedos gelados dela. Sentou-se ao seu lado, achava divertida a forma que tragava, fazia um pequeno biquinho, ficava evidente a doçura que tanto gostava.
“Para de me olhar. Que nervoso.”
“Desculpa, é que acho engraçada a forma que você traga. Faz um biquinho.”
“Sim, eu sei. Não consigo tragar com a boca fechada.”
“Que bonitinha.”
Olhou-o reprimindo o comentário, mas acabou rindo, era difícil não fazê-lo. Esvaziou mais um copo, a cabeça começava a girar lentamente, os músculos do rosto amolecendo deixando a expressão mais suave. Encolheu-se com o vento frio, esquecera o casaco em casa e não contava com o frio, ainda era verão no Rio. Deixavam a conversa fluir, um assunto seguia o outro naturalmente, brincavam com os dedos pela mesa, soltando para entrelaçá-los novamente.
“Daqui a pouco vão nos expulsar daqui.”
“Que?” Havia se distraído e esquecido de olhar em volta, já estava quase tudo vazio, provavelmente já havia passado da hora de ir pra casa.
“Vamos pagar a conta?”
“Será que se a gente insistir de ficar aqui eles não expulsam a gente e esquecem da conta?”
“É uma boa idéia, mas acho melhor não. Vou lá resolver isso. E não tenta discutir.”
“Te odeio.”
Puxou-a para perto, beijando seu rosto enquanto se aninhava. Gostava do cheiro do seu cabelo,
mesmo quando coberto pelo odor metálico da tinta ainda era possível senti-lo.
“Odeia mesmo?” Sussurrou perto do ouvido.
“Só quando faz delicadezas desnecessárias, o resto do tempo você complica demais.”
Beijou-a nos lábios, ignorando o gosto amargo dos cigarros, segurando o corpo amolecido pela troca de calor.
“Sabe, acho que até o gosto de cigarros não fica mal em você. Já volto.”
Levantou-se e foi cuidar da conta, ela esvaziava a ultima tulipa mordendo a parte inferior dos lábios, sorrindo com o rosto coberto pelo cabelo. Talvez fosse melhor ir para casa, mas se não ligaram até agora provavelmente estariam dormindo, então não fazia mais diferença.
“Vamos?” Falou enquanto abraçou-a por trás e deu um beijo na bochecha, sempre fazia com que corasse com isso.
Saíram abraçados, eram os últimos clientes, ela tentava roubar seu calor para afastar o frio, ele gostava de tê-la perto daquela forma. Andaram pelas ruas vazias, a madrugada avançara enquanto perdiam-se do tempo com cervejas e cigarros, era possível perceber o céu clareando no horizonte. Caminharam sem rumo por algum tempo, em silencio, acompanhados pelo som dos poucos carros e ônibus que passavam, nada que os tirasse da aura que os envolvia.
“Para onde vamos?” Ela perguntou, despreocupada, percebendo que o tirava de algum pensamento.
“Não sei. Não tenho que te levar pra casa?”
“Agora? Não faz mais diferença. Já fui seqüestrada.”
“Hm.” Murmurou enquanto afundava o rosto no seu cabelo, pensando no que fazer agora. “Quer comer alguma coisa?” Lembrara de não tê-la visto comer desde cedo, quando se encontraram.
“Não estou com fome não, mas se quiser te acompanho.” Deu um sorriso sincero, ele tentou decifra-lo por algum tempo, ambos acabaram acreditando. Seria um tanto inútil mentir sobre esse assunto.
Dobraram mais uma esquina, era uma rua de prédios grandes com uma grade dourada delimitando a calçada. Ele aproveitou a pequena distração e envolveu-a, puxando a cintura para que ficasse a sua frente e conseguisse beija-la. Conduziu-a até a grade, sem separar os lábios, queria sentir seu corpo junto ao dela. Ficaram ali, naquela guerra de línguas, mãos, pernas e sexos, despreocupados com o mundo à volta, havia desaparecido há horas. Desprendeu seus lábios do dela, beijou toda a face, até chegar ao seu ouvido.
“E agora?”
“E agora eu sou sua.”

sábado, 2 de fevereiro de 2008

earthquake.

A verdade é que eu gosto. Gosto dessa dormência que domina o corpo, do azedo por trás dos dentes, de ter meus músculos relaxados e minhas palavras descontroladas. Gosto de morder meu lábio inferior com força e não sentir, de estalar os dedos sem ter a menor idéia se doem, de olhar para você e sorrir.
Gosto até demais.