domingo, 29 de julho de 2012

this is the place...


   E um dia você aprende que ambas a felicidade e a tristeza não pedem licença para entrar. Não há batida na porta, pedido de por favor ou sequer um tocar de campainha.
   Já adentram se sentindo em casa, tirando o sapato e deitando no sofá com o controle na mão. E lá permanecem, bem visíveis, até que algo seja feito. Pode ser uma pequena recepção iniciada por um “olá” ou uma expulsão com gritos e pontapés, mas elas esperam. “Sempre há algo a ser feito sobre nós” conversam quando juntas, com uma a chorar e a outra a sorrir.

sábado, 7 de julho de 2012

and I'm not coming home.


   E o meu coração, cansado e ferido, descansa. Respira calmo, sem pressa de existir ou ser, cansou-se de sentir. Coleta seus pedaços espalhados aos poucos, dia após dia, pois estas coisas não se consertam rápido. Às vezes pára, senta e observa, fica horas e horas a contemplar a sua bagunça, todos aqueles pequenos pedaços espalhados pelo chão a tintilhar. É verdade, ao dia com sol brilham bastante, chegam a ofuscar a vista, e ele já quase sem luz.
   Pensa já estar cansado, talvez usado por demais, quem sabe deveria desistir. Mudar, procurar outros rumos, tomar novas formas. Afinal, já cumprira seu cargo, sempre valente e destemido, deveria de ser direito poder parar depois de tanto. Porém, então, o que resta? As cicatrizes com o tempo talvez até desapareçam, pois tudo se reconstrói e muda, e a dor... essa ou acostuma-se ou some, junto a falta e a saudade, mas no final possui o mesmo destino: deixa de ter importância até não mais se sentir nada.