terça-feira, 23 de setembro de 2008

I don't believe that anybody feels the way I do about you now.


Ele é todo olhares, e eu sou o adeus. Todo risos, abraços e chamegos; e eu o medo. É as sete da manhã da primavera com pássaros a cantar, a covinha do sorriso sonso; eu o mais escuro da madrugada. Todas aquelas coisas que não entendo juntas, a falta de significado na lógica; e eu as palavras. É o resumo, o bruto, o sucinto; eu sou prolixa até o fim. Ele é vontade; eu sou necessidade.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

they only say things you want to hear.


Desatados os nós do cabelo, solto o cigarro queimado dos dedos é isto o que me resta. Uma pele branca, um cabelo curto demais, torto demais, e um sorriso. Daqueles invejáveis, “de orelha a orelha”, com dentes tortos à frente e paixões por traz.
Secas as palavras são os meus olhos que choram, por dias em seco, ecoando em cada gota, prolongando-se em cada lagrima a rolar pelas bochechas grandes. Sussurram, conspiram, soluçam e minha língua continua imóvel. Cada fonema perdido por você é uma pequena morte em meu coração.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

my voice is an echo

É como uma fome sem vontade. Um desejo por carne, mas não da que se come, da que se toca. Um peso no ar à volta, um cheiro desconhecido, sem significado, uma textura invisível. A explosão de estrelas internas formando sóis apagados, em um universo remexido. Chove sem que as gotas encostem-se a qualquer lugar, tudo continua seco, rachado, indiferente ao relógio que bate no fundo.
O grito que corta a navalha silenciada ecoa no abismo de paredes tortas, expande-se por um infinito esburacado.