segunda-feira, 23 de maio de 2011

how sad is a dancer on his own?

Quero você dentro, ao lado, de qualquer jeito, de qualquer maneira. Apenas te quero perto.
Quero seu cheiro, seu sabor, teu eu. Quero em mim, esparramado, para me esparramar em ti também.
Quero a ausência do meu ausente, os passos um atrás do outro, juntos.
Quero a musica infinita das vozes unidas, nossas, repetidas. Um eco solto pelo cômodo.
Te quero;

sexta-feira, 13 de maio de 2011

porque das poucas vezes que a necessidade nasce da vontade, esta talvez seja a maior.


E então você colocou a mão na minha. Calmo, doce, atento. E eu sempre distraída. Demorei a perceber, observava as borboletas pela janela; você me olhando esperando uma reação. E então vi. Eu, você, nós. Tudo nascia, era novo, fresco, mas com cheiro de velho. Não com cheiro de mofo ou ransoso, era um cheiro gostoso. Daqueles que lembram a infância, ou algo sempre conhecido. E você ainda me olhando.

Sorri. Não havia mais o que fazer, ou eu pelo menos não sabia outra reação. Ri por dentro, rí toda. Floresci como margarida na primavera, derreti. A borboleta la de fora entrou, e eu por um segundo não me distrai. Não com ela. Me distrai em você, em contar e decorar as marcas dos seus olhos, as curvas do seu rosto, em te aprender. Desviei o olhar rapido, sempre tive mania de encarar as pessoas e não é educado, desculpe. Segurou meu rosto com sua mão, como quem faz carinho e puxa pra perto. Quis chorar, não sei porque, mas quis. Quis tanto. No lugar, sorri. Sorri até cair na gargalhada, e ainda me olhava.

Permiti-me te abraçar, em um momento de fraqueza. Me agarrei como se o fizesse a minha própria vida (seria?), e ali fiquei. Enterrei o rosto no seu corpo, ainda querendo chorar, e senti seus braços me envolvendo. Te apertei mais, talvez até machucar, como quem pede por favor não me tira daqui.

E até hoje não o fez.