sexta-feira, 25 de julho de 2008



Quando a saudade aperta, tudo segue o movimento. Como se cada órgão espremesse contra o outro, na ilusão que se eu ocupo menos espaço, talvez a falta que você faz nele também diminua. É bem ilógico na verdade, não me faz o menor sentido, mas é a verdade.
O coração dói um pouquinho, como se pequenas agulhas espetassem devagar, e logo encolhe até o tamanho de uma noz pronta para ser quebrada. E todo o resto parece seguir o movimento automaticamente; a garganta aperta em um nó, a boca seca, o estomago revira até as paredes encostarem, tudo se junta sistematicamente, explodindo em um brilho aquoso no olhar. São segundos tão longos que é possível contá-los em anos.
Agarra-se as pontas de um fio invisível, segurando com força para não cair.

2 comentários:

Le Vieira disse...

agüenta firme, cai não!

leleko.blogger

R.L. disse...

Agente sempre fica na duvida eterna
se soltar ou nao o fio
=)