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Ah, há tanto tempo não escrevo assim. Com a alma não a chorar, mas a regurgitar. Ou seria “vomitar” mais certo, porém feio? Tanto faz, a grande coisa é que agora não choro. Mentira, choro, mas um choro diferente. Com gritos e berros iguais a todos os outros, mas são diferentes, outros timbres, outra voz, outras lágrimas. São uma libertação. Do que? Não sei, de mim talvez, desse peso inútil e enorme no qual me transformei ao longo dos tempos, e que agora já me cansa. Não, não estou nem irei me livrar de você, uma vez que você não sou (ou é) eu. Vê, somos pessoas diferentes, e essa é a nossa beleza em estarmos juntos. Pois somos tão, mas tão diferentes que nos completamos, nos encaixamos. Não, não só no sexo, esse é apenas um necessário complemento físico.
Nos completamos a medida que falamos de coisas que o outro não entende, mas aprendemos a ouvir com atenção, ou pelo menos a fingir. Porque eu falo alto e você fala baixo, e eu estou sempre a voar por ai. Ta aí, mais uma diferença completante. Não é lindo? Eu sempre bêbada e você sempre sóbrio, um o pilar do outro, e este a sua fuga. Você é os dois pra mim. Não, você não é tudo, desculpa. Desculpa nada, é ótimo você não ser tudo. “Tudo” envolve problemas, dramas, mais vômitos e choros, e tantas outras basbaquices que não se encaixam a você, mas a mim.
E lá volto eu, tentando me livrar de mim mesma. Mas como fazer isso? Infelizmente nasci ligada a isso (sim, isso, sou uma coisa, tipo... não sei, sou complicada demais pra ser pedra que se mexe), como que por um cordão umbilical impossível de ser cortado, maldição.
Ai senhor, cansei de pensar e falar besteiras. Vou viver por aí. Vem comigo?